segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Danke.

Por um pedido:
Quebre-me em pequenas frações de impossível simplificação.
Ínfimas frações de hora, nas quais você sem perceber se deixou levar.
Antitéticas frações que me engrandeçam - a alma e a vida.

Por um desejo:
Se quebre em melodias de Beethoven,
  minto quebre-se em uma patética melodia de Tchaikovsy.
Em longos e trabalhosos textos de Clarice,
  minto prefiro vagarosos balanços de uma cadeira.
Em Contornos ofegantes de uma partitura que me tire o fôlego,
  sem mentiras.

Por uma angustia:
Que me acorde ensopado,
    que me deixe sem fôlego,
     que não hajam virgulas,
      que possua reticências,
       que quebre a estrutura,
        que não haja fé em "apagar",
que não haja Eros em mudar.

Por um entrave:
Me quebre
da forma que melhor
 te convir.
Da maneira              mais                  devastadora.
Saiba que minha alma está em brisa,
                                                       pronta para se deixar levar.
Mas é necessário ser folha.
Quebre-me em migalhas para que eu posso planar.

Por uma massagem:
Meu pescoço doí,
ainda não me decidi se por olhar para cima ou para o inferno.

Quebre-se a ponto de me massagear -
meu torcicolo, minha calma.

Por um Obrigado:
Termino
pedindo
 para
 se quebrar-me.

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