terça-feira, 30 de julho de 2013

A prosa poética de Leo.

E tinha o Leo.
Não quero explicar tintin por timtim, porque se isso acontecer o Leo deixa de ser ele.
Na verdade seu nome era Leôncio, Leonidas, Leodival, Leucineu... Um nome odiável que poderia ser trocado por qualquer um que fosse aceitável. As primeiras tentativas foram pra nomes dos quais ele gostava: Leandra, Eleanor, Lea. Não permitiram, e amargurado se deixou nomear por Leo.
Um fato importante, talvez o artigo definido "o" não defina tão bem LeO, sempre gostou de artigos indefinidos.
Amigos faltavam, livros não. Começou a ler de pequeno e nunca mais parou.
Amores, impossíveis ou não, é disso que vou falar.

Sua primeira paixão foi um rapaz, moreno de praia, com acento português nas palavras bonitas, alguns anos mais velho (legítimo veterano), por chacota fazia versinhos de tudo e com eles não havia quem ficasse ileso.
Por ele descobriu mundos, entendeu o arder do fogo que não se via, e viajou por mares que nem se quer existiam.
Como em uma epopeia se guardou de paixão e na jornada longa se deixou passar.

Leo tinha dois amigos, Clara L. e Mario Alguma-Coisa.

Clara tinha um poder de persuasão incrível, vivia no mundo das ideias e gostava de ler Virginia Woolf . Acreditava que se fosse comprar flores todos os dias entenderia melhor Mrs. Dalloway. Clara tinha a grande fixação pelas estrelas, pelas mulheres, pelas galinhas (ou seriam das mulheres galinhas?), pelas horas, pelos cavalos, e pelas viagens.
Entendia o espirito feminino de Leo ao extremo. Sua melhor amiga. E assim foi, tal como as amizades mais fortes são.
A amizade durou até que C.L. matou com sua própria mão uma barata na parede e quis com excitação que Leo a parabenizasse....

Desde que a barata se viu presente, Mario ganhou espaço. Por ser mais recatado, amante das meninas e das pequenas poesias, o espaço adquirido no coração de nosso protagonista foi não só enorme quanto ameno. Mario sabia a hora de mudar, sabia a hora de ir à quitanda ou de passear na Andradas. Com novos ares sempre mudou o modo que Leo via o mundo, e continuou mudando até ser amado.
Quando foi amado, Mario não soube bem como agir. Uma mulher tão linda, uma flor tão poética. Ele gostava das pequenas poesias de meninas bonitas... Se afogou com tanto amor, se sufocou de tanta beleza e com tantas flores foi enterrado em overdoses de prosa poética.

Leo se apaixonou de novo quando se despediu de seu Mestre Mario. Dessa vez, permanente, foi amor multiplicado. Eram irmãos, ou será que eram primos? Se pareciam, mas não eram iguais. Albert, Fred, Richard e Alvares. Em quatro partes amou, quatro vezes mais do que já havia amado... De tanta irracionalidade fingia ciúmes e dor que deverás sentia. A poligamia era complexa e proibida, mas valia a pena... sua alma nunca havia sido pequena e seu coração podia amar à quarta ou em quarentena.

Com ódio nos ossos, se sentiu hipócrita e sonhador. E largou a vida de amante de várias faces. Tinha aprendido que de personalidades várias... já bastavam as próprias.

Não contarei cada amor de verão que Leo teve.
Foram muitos. Mulheres e Homens.
Não se permitia às aparências, se entregava aos escritos.
Leo resolveu ser escritor.
Hoje ele não é mais Leo. Um nome mais delicado, sensível, ardiloso... quem sabe?
Leo amou os poetas como ninguém.
Leo só escreve em prosa.

Lucas jonEs   O?

terça-feira, 16 de julho de 2013

Não. dois extremo.s

Instauro, pelo poder investido em mim pela liberdade artística e consagrada nos votos honrados à criação, a formação de um  novo sinal gráfico "Os dois pontos".

Segue a explicação por tal audácia contra a gramática tradicional:
Não me refiro, aqui, àqueles dois pontos eretos e demonstrativos, obra tão tola e banal que pode ser substituída por vários outros símbolos.
Quando precisamos transcrever algo, no papel, e empunhá-lo de emoção ou expressão é necessária a grafia, mera formalidade para se interpretar da maneira correta o que está sendo passado. Sejam pontos de exclamação, hifens, interrogações ou aspas... São superficiais à oralidade ou frivolidades.
O que proponho, aqui, seriam dois traços representativos do âmago: não seriam conclusivos tais como o ponto final, e muito menos duradouros como as reticencias tendem a ser, não enumerariam sentidos e nem  os subjugariam.
Assim, quando a amargura ou a felicidade encontrarem o fundo metafórico da alma do interlocutor... Os dois pontos seriam utilizados. Seriam marcas daqueles que começam e terminam sem se concluir; daqueles que sabem que existem, mas não entendem sua própria virtude; dos que podem; mas não irão; dos que ficam, mas não estão.

Um exemplo de uso - Se rendem a vida que lhes ofereço de coração..
Sem saber que a vida lhes foi ofertada por interesse, mas de bom grado. Sem entender que estão rendidos e não entregues, porém com direito ao livre arbítrio.

Outra forma de aplicação - À .eternidade.
Esse (que não muito diferente do sentimento passado) não requer explicações.


De agora em diante, poderei nomear a essência de forma correta, e ligá-la diretamente com suas formas. Tudo mais coerente.
A partir de então designaremos ao nosso coletivo como .Humanidade.

Com afinco, coragem e esperança
..Jones..