segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Danke.

Por um pedido:
Quebre-me em pequenas frações de impossível simplificação.
Ínfimas frações de hora, nas quais você sem perceber se deixou levar.
Antitéticas frações que me engrandeçam - a alma e a vida.

Por um desejo:
Se quebre em melodias de Beethoven,
  minto quebre-se em uma patética melodia de Tchaikovsy.
Em longos e trabalhosos textos de Clarice,
  minto prefiro vagarosos balanços de uma cadeira.
Em Contornos ofegantes de uma partitura que me tire o fôlego,
  sem mentiras.

Por uma angustia:
Que me acorde ensopado,
    que me deixe sem fôlego,
     que não hajam virgulas,
      que possua reticências,
       que quebre a estrutura,
        que não haja fé em "apagar",
que não haja Eros em mudar.

Por um entrave:
Me quebre
da forma que melhor
 te convir.
Da maneira              mais                  devastadora.
Saiba que minha alma está em brisa,
                                                       pronta para se deixar levar.
Mas é necessário ser folha.
Quebre-me em migalhas para que eu posso planar.

Por uma massagem:
Meu pescoço doí,
ainda não me decidi se por olhar para cima ou para o inferno.

Quebre-se a ponto de me massagear -
meu torcicolo, minha calma.

Por um Obrigado:
Termino
pedindo
 para
 se quebrar-me.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Legado Duvidoso

O pavor presenciava suas dúvidas.
Há! Que brega começar assim.
Porém, possivelmente necessário.

Poderia antecipar uma angústia ao perguntar?
Ou seria melhor abordar um anseio?
O terror acordava ao se sentir desaparecido.
Desaparecido mesmo:
Ocorre comumente ao se transcorrer um período e se perder quando se tenta encontrar o sujeito em uma epígrafe mal redigida e despontuada.

Era um medo de alma, pouco explicado e bem elaborado.
Preocupava-se em ser lembrado.
Buscava atenção ou instrução?
Respondia em dúvida:"exato".
Esse era seu legado.

O legado ele deixou,
só não era o esperado.
Faleceu quando seu marco
 - esculpido em homenagem à façanha que nunca houve -
foi, enfim, construído.

Me pergunto em temor... Ele consideraria as pichações em seu monumento:
Ofensas ou arte?

Jonart?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Morfo-Sintaxe [Meu surreal]

Tendencioso a subverter as abreviações:

Pret. Imp. Subj.
Pretenciosamente Impossivel (mas) Subjetivo.
Que nós amássemos.

Pres. do Sub.
Presidido Subconscientemente...
Que nós amemos.

Fut. Subj.
[Meu ato central]
Futil Subjulgado
Quando nós amarmos.

Analiso formas, de fôrmas, sentidos:
Assemos - Nada de bom viria de algo constituído de dúvida e maldade;
Amemos - Memórias que não chegam... Focadas no eu lírico;
Amarmos - [Meu ideal] Esse novo ar de futuro, entre mares e amores.

Afogado em novos ares. Me perco lexicalmente.

Jones - Obj. Dir. e Ind.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Bi... May be 1/2 or 2x

Aos textos bobinhos, pois os mais tolos sentimentos também são os mais próximos da alma.

A música tocava a alma.
A música tocava na alma.

E esse sentimento bom era a brisa levando o vento.
E esse sentimento bom era a brisa caminhando contra ao vento.

E numa construção: O ambíguo estava longe do próprio umbigo.
E na construção: O umbigo era o próprio centro do ambíguo.

E me embolava em traduções simultâneas
E traduções se embolavam simultaneamente.

Ele cantava pra mim.
Nada...
Eles cantavam em mim.

A alma dividida:
Entre Chico e Caetano.
Entre he e I.

E minhas discussões eram banhadas em subjetivismos concreto.

Jo x Nes Jo/Nes

sábado, 14 de setembro de 2013

Declamação de Falência

Declaro, por meio dessa, minha falência:

Formada por superstições, crenças e afetos;
Amada antes que fosse tarde, e as curvas se tornassem retas;
Lidei com a morte.
Eufemismo? Com ou sem Suporte?
Na beira da lágrima, amarga a vida, respeitosa "partida.
Com os sinos da igreja, sonhei que a via.
Inexplicavelmente, um carinho sem nome...
                               [Sem dono,
                               [Chamaria de abandono
Antes fosse, era "apenas" saudades.

Convalescido,
À Falecida.


ontem
nomeei,
enquanto
sorria

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Por não saber o que são palav...

João pronunciou uma palavra.
Feliz. F-E-L-I-Z Feliz!
Infelizmente...
Infeliz-João-mente.

Ahh João, deixe de besteiras...
In-João-felizmente
Pare de brincadeiras, asneiras, bobeiras...
Todas essas eiras.

Não mente, Infeliz!
Desconstruindo palavras,
João poetizava a linguística...
injoãomente.

Jonesmente

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Alusão à ilusão

Por ilusão, comecei meu texto pelo título.

Seria demais dizer que vi seu sorriso...
Num desgaste... dum fecho... de bolsa... alheia?
O trinco era circular: pela fricção acabou por desenhar uns traços lunáticos.
Era seu sorriso ali. Não mais.

Desminto tudo que acabei de dizer.

Não te vi. Me iludi. Imaginei ter te visto.

Tanto por alusões o poeta faz poesia,
que acaba nela emergindo companhias.
[Rimadinho, porque assim a vida faz menos sentido]

Se trabalho com ilusões, quase me perco ao/à fazer alusões.
Poetizar a dor é um trabalho ilusório ou uma eterna aluição?
Me desmereço, fingindo fazer menção e caindo em minha própria ficção.

(JONES, p. ?)

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Konbanwa

Na sala redonda, arquitetada por Carrol... Portas e mais portas.
Sem "eat me" ou "drink me".
A sufocante possibilidade, as mil e uma portas fechadas. O lugar enormemente claustrofóbico. A incerteza.
A resolução... Uma coragem. Motivo de orgulho?
Na decisão não há abrir de portas. Há um transparecer: no lugar da madeira... vidro. Não só o próprio reflexo como toda mágica que o espera.
Acreditando piamente que não há trancas em um mundo primordial tenta se aproximar.
Do centro, onde estava desde o início, não consegue sair.
Os pés estão presos ao chão, nem havia percebido.
Tenta cavar, as unhas se ferem, em agonia o sangue raleia. O suor para de escorrer, como um desespero do corpo em poupar água.
As portas se lotam de expectadores. Em dúvida, não sabe se grita ou se Àcena.
Primeiro acena. Sem resposta.
O medo.
A vergonha?!
Tenta o grito, como nos versos de todos poetas, entalado na garganta.
Passa pela cabeça: "Apenas eu os vejo".
Uma Desculpa?Uma Mentira? A esperança?
Com auto-piedade, introspectivista.
Se agacha, cobre o rosto e em posição fetal perece.
Ao perecer, as paredes se esvaem. As portas permanecem, ligando o nada a nada....
Talvez, os pilares já não estivessem lá a muito.
Com rubores, arranhões e desesperança.
Acorda.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Id

Em cima da cama,
Uma folha dobrada:

"Eu te desprezo. Desprezar é a palavra correta.
Do fundo do seu ser, e você sabe.
A começar pelo seu modo de falar, sua grosseria desnecessária, sua malícia inoportuna, ironia incalculada, desleixo desnaturado.
Seu modo de se portar, seu descuido consigo mesmo, sua tentativa de se assaltar, seu inquilinismos quase predatório.
Odeio sua carência. Sua hipocrisia. Tentativa ridícula de chamar atenção, até chama os outros no facebook pra não falar nada mas ter mais gente com quem falar...
Alias, isso se deve ao asqueroso desejo de tentar ajudar: Falso, pra se inflar... pra se sentir melhor consigo mesmo.
Não suporto seus gritos, suas feições de asco, sua caricata 'sensibilidade'.
Pra que?
Destempero pela manhã, salgado pela tarde, agridoce pelo anoitecer e enjoativo pela madrugada.
Cretino, pare de se fazer de vitima. É patético. Repugnante. Ninguém é obrigado a te ver sofrer dores surrealistas, muito menos comemorar qualquer pseudo-conquista sua.
Ninguém merece suas postagens melancolicazinhas, seus textinhos meia-boca, seu compartilhamento de músiquinha que "expressa justamente oq eu sinto".
Vai tomar no seu cu, Otário. Vai se tratar, para de ceninha... ninguém realmente acredita que você é isso... ou tem aquilo.
Espero que você morra, ou no minimo deixe de ser tão escroto."

Sem assinatura, sem pistas. Encontrei na caligrafia e na antipatia.

Do Superego ao Ego