sábado, 12 de novembro de 2016

Habits

Sambou um pouco mais do que devia.
Gingando e marotamente me cultivando,
Malandrou em um arrastar de pés

Sambou um pouco mais do que devia.
Mesmo quando eu disse não.
Deixou-se levar pela disritmia
Descompassaram-se as batidas
Parou meu coração
Mas, ele, não parou.

Sambou um pouco mais do que devia
Me seguiu e me fez de mal
Implorou
"Sou eu"
- Mas no fundo só eu sei as angustias que senti.

Sambou bem mais do que podia
E eu chorei um samba inteiro.

Jon¢:s

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Tears a part

I took my favorite flower.
I smashed and clashed it.
1 tiny pile of scent:
(sticky,
damaged,
icy)

While trying to breathe
I play the haze game.
Love me... not, Love not, Love me... not

1 beautiful watery mosaic lies bare eyes
I swipe and sweep forwards and towards.
There is no longer such thing as a favorite flower.

Jone -;-...s

De 4 em 4 anos



Descobri que tudo na minha vida se resume na minha ansiedade.

Sou cheio de ânsias...

Ânsia de vômito, de perguntas, de pensar, de conspirar, de desabafar, de ser mais que honesto....
Tenho ânsia de ouvir músicas que não me façam chorar... ou até mesmo que me façam chorar.
Tenho ânsia de não crescer (ou melhor, de não crescer o suficiente), de me corrigir (ou melhor, de corrigir os outros), de me desculpar... ou simplesmente não ser desculpado.
Tenho ânsia de ter ânsias.... e minha ansiedade se resume em escrever, porque quem sabe assim eu consigo acabar com a ânsia que corrói, que destrói, que angustia e que me faz sofrer...


Aos ansiosos.

Jones/2012

22

Eu em outra perspectiva:
http://numeroscomplexos.tumblr.com/post/151779297421/22
<3

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Sonharam a praia

Primeiro auscultaram o coração um do outro, entrelaçaram os braços e se grudaram como um molusco e uma rocha.
A respiração percorria a clavícula, ressoava no ósculo e como quem ouvia o mar colocando o ouvido em uma conchinha... Sonhou a praia.

Compartilhou o sonho em pedacinhos, homeopaticamente divido em grãos de areia.
Quando já tinham uma grossa quantidade de areia - suficiente para se construir um castelinho e esperar que a lua fizesse seu trabalho - fincaram uma bandeira na torre mais alta do castelo mais bem sedimentado em porções escorridas de água arenosa... 
Aí então, sonharam a praia:

Uivaram os ventos nos suspiros ao pé do ouvido,
Sonharam a praia que tão longínqua e perto se assentava.

Caminharam veredas, canos de esgoto, bifurcações metafóricas divididas pela mata atlântica.

Sonharam a praia que tão próxima e ideal se dissipava.

Sentiram o gosto do sal a secar a boca, o encontraram nas maçãs e nas nádegas.

Sonharam a praia ouvindo todas as canções, alegres e descompassadas que embalam e marolam os banhistas, ao fundo, onduladas.

Sentiram o sol queimar todas os poros e portos, estourar melaninas, causar delírios e moleiras.

Sonharam ao sair da praia.

Soltaram-se da pedra, desfizeram-se da concha e guardaram os souvenirs nas caixas de lembrança.
A praia já havia sido sonhada.
Veja lá, a lua já deu cabo do mais suntuoso castelo.
Sonharam a praia.

       /_\
Jone / s