quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Bem partilhado

Quando algo que deveria ser só seu se torna coletivo, você vê que errou...
Seja ao cativar ou no prosperar...
Seja ao demonstrar ou no sufocar...
Seja aqui ou seja em todo lugar.


J
    N
 e      0

No meio da multidão


Desde que festa se tornou sinônimo de alegria, os Arlequins não tiveram mais sossego em suas vidas.


J *~|o|~* nes

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Incidência

E agora desta altura...
Seus olhos não brilham mais.
Pode ser porque acabei de subir alguns degraus,
            ou porque te derrubei de "seu" pedestal...
E tudo não se passa de uma questão de como a luz incide sob você.


`¬jÖñèS-¹

Bel-prazer, com hífen

O vento brinca de Deus ao moldar as núvens a seu bel-prazer.
Ou quem sabe, Deus é que brinca de vento?





J~~~ones~~

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Sintomas de decepção

 É... ando um tanto quanto decepcionado com a vida.
 As músicas são apenas lembranças;
 Os filmes não me interessam, na verdade só os que me fazem chorar me cativam;
 Os poemas que antes faciam sentido, agora não se contextualizam,
e os que eram incoerentes fazem questão de se explicarem;
 Os romances literátrios são completamente cansativos, e por incrível que pareça conseguem me emocionar... Mesmo que eu não tenha a paciência necessária para encarar suas filosofias;
 O dia-a-dia tornou-se espera-outro-dia;
 A caideira não me segura e a cama não me aguenta.
 É.. estou desapontado com a vida, novamente ela me fez um iludido apaixonado.


Jones sem ponta, ou ponto

Ju-Vem!-Tude

A juventude é macia, diria a avó.
A irmã driria que a juventude é livre.
Com tristeza, a juventude é passado, pela voz da mãe.
"Brilhante de mais", já dizia o pai.

-Vazia


Juv... ops. Jones

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Em meio



          A arrogância sucumbirá quando a vontade de ser aceito for maior que a de se auto-afirmar.
jÔ.ones

Entre crenças e medos

Perguntei a ele o por quê dele acreditar em Deus,
tive como resposta 'porque ele acredita em mim'

Fiquei com medo, de não acreditar.
Fiquei com medo Dele não acreditar.

Perguntei a Ele o por quê Dele acreditar em mim,
tive como resposta o silêncio eterno.

Jonesh!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A jaula



  E tinha ele, este Sabiá.
  Bem aparentado, não muito mal tratado, com a plumagem integra e a melodia melancólica. Seu canto era triste, daqueles que fazem a alma chorar, não é comum dos sábias que cantem de forma tão áspera .. Não foi sempre assim, ele já havia cantado as mais belas canções, algumas que botaram sorrisos em lábios de crianças, e outras que alegraram festas no céu. Agora ele era apenas um sonhador que via as nuvens pelas frestas, e sentia o vento quando abriam a janela.
  Tinha o 'dono', era chamado por Senhor. Talvez porque ele o alimentasse quando se lembrava, ou se sentava ao seu lado para pensar... Nesses dias o Sabiá cantava da forma mais linda e afetuosa que poderia, às vezes tinha um olhar de derrota, mas fingia constante euforia para seu Senhor se felicitar. Aquele que o possuía não fazia por maldade, pensava o passarinho, roubaste minha liberdade em troca de minha companhia, cantava aos seus vizinhos.
  Os outros pássaros, iam visitá-lo ocasionalmente. Alguns por dó, alguns por saudades, outros por simples ócio. O Sabiá chorava... nas asas daqueles que vinham consolá-lo dizendo "É muito sofrido, você não merecia". O sabiá entendia, e movia a cabeça como quem consentia.
  Ao ver João tendo uma casa e família, invejava aquela moradia. Ao ver o pintassilgo planar e se misturar com as flores da colina, suspirava em grande agonia. E ao ouvir o cantar feliz das milhares de aves no céu azul, se acabava em depressões banhadas por prantos de um choro desiludido. Começou a não comer, pensou que assim poderia voltar aos céus... Começou a não piar e que assim seu silêncio acalmaria sua alma. Vinha o dilema: ' mas se eu não estiver aqui, quem estará para meu Senhor?', seguido de, 'e se meu dono me trocar, e eu não tiver serventia nem para estar em um pedacinho de seu coração?'.E assim ele voltava ao comportamento dito normal.
  De tanto pensar, de tantos comprimentos irônicos dos quais diziam, 'bem te vi', e dos grasnos das maritacas que não deixavam-no em paz. Ele se perdeu. Se alienou, como se esquecesse que deveria alimentar-se, como se não soubesse mais como cantar, e o pior... como se voar já não fosse mais importante. Não sabemos se foi o Senhor num ato de misericórdia, ou se foram os canários que de nada são otários, mas a portinhola de sua gaiola se abriu e a imensidão azul o tomou... Entrou perante suas narinas, e seu bico abriu-se num grande 'piu', e suas penas sentiram a brisa que poderia ser dele.
  O Sabiá sabia que estava estático. O Sabiá sabia que não havia sido seu senhor, e que havia sim, a ajuda de muitos outros pássaros conscientes naquela história. O Sabiá não sabia se queria sair de sua gaiola, porque aquilo ali ele já chamava de lar. Porque aquele mistério imenso que antes o pertencia, ele já não sabia desvendar, e nem mesmo por onde voar. O Sabiá achava que tinha alguém que ele deveria cuidar.
  Depois de muito pensar, o sabiá já não soube de mais nada. Apenas de que não era mais um sabiá.
  Porém,nós que assistimos de fora e não sofremos das dores que aflingiam aquela ave, somos conscientes de que aquele pássaro não é menor que nenhum outro, e que se ele tivesse a coragem de saltar para o mundo, teria a vida mais longa e maravilhosa que já houve entre todas as aves que provaram a amargura da jaula que muitas vezes chamam de amor.


Jones - ou melhor. O sábia

Para não dizer que não falei dos anjos

E dentro daquelas feições angelicais...
Habitava o desejo mais carnal,
Residia o desejo,
a vontade... e mesmo que prematuro...
O amor.

Havia amor ao não se apaixonar,
e mais ainda no desejo que isso acontecesse.
Tanto sentimento quanto empecilho:
Aquelas características puris e nunca antes...
Defloradas.

Dialogou com seu superior, ou melhor...
Reclamou sem resposta.
Olhou seu físico que parecia não se estender,
Aliás, não além das asas da santidade.

Quis cortá-las...
Não estava acostumada com a dor.
Desistiu?!

Usou o que possuía,
E possuía seu arco, suas flechas, e suas palavras.
Escreveu.

E logo com seu instrumental,
Experimentou o amor,
Dessa vez o dito sujo.

Meses depois, foi vista
-Pela última vez, um anjo.
Nas margens de uma ponte.

Jon |) --> S