segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Posse (6/40)

Fui príncipe, logo depois de ser usurpado
Não fui coroado, mas amaldiçoado
Ele se proclamou rei, porém não o conheço.

Prevejo as mãos explorando o espólio
Não ajo ante seus desejos:
escondo os ombros, sorrio vazio, acenos.
O ódio me sufoca
e um tal formigamento na perna direita que se estende às nádegas - Pânicos
As mesmas bandas
nas quais ele hasteia sua bandeira
como quem diz "meu reino"

Espero a cerimônia acabar,
Conheço-a de outros tempos,
mesmo que inigualavelmente nova.

Espero aquele segundo - que não passa - terminar
para poder projetá-lo nas próximas horas de minha vida.
Um reino sequestrado,
um reino de segundo (a)
e ainda assim eternizado na terra de um feudo.

Me quedo em lágrimas: Instaura-se a anarquia

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