Começaria com aquele velho bordão
de histórias infantis, mas vou trocá-lo por
“Sim, é o começo ou o fim”.
“Sim, é o começo ou o fim”.
No inicio ele
enchia aquários com água filtrada.
Iluminava-os com lâmpadas quentes.
Iluminava-os com lâmpadas quentes.
Eram
tingidos por corantes das mais diversas tonalidades.
A luz refletida
causava tamanha refração em seu espirito,
que o quarto se reformulava, fluído.
A arte de criar
auroras boreais no teto.
As cores
misturadas aos sonhos.
Os aquários vazios
de sentido.
O colchão fundo e
esburacado pela solitude
do corpo unilateral, aconchinhado.
Evoluiu-se em uma
compulsão:
Trocava possíveis
futuros amores por peixinhos dourados.
Laranja, amarelo e
vermelho. Essas eram as únicas opções.
A cada delírio de
possibilidade... Ele seguia o mesmo procedimento:
atirar-se à correnteza, pedregoso.
Despia-se dos
ternos e vestia a renda mais leve.
Bordada a mão por
sabe-se lá que dor.
Aos poucos
submergia.
O rio o engolia e
ele aguentava a erosão soterrando-se
desviava das carcaças e troncos,
esperançoso.
No final do rio,
erguia-se.
Respirava
encharcado
Secava as
angustias
E de lá saía, de
duas uma:
um peixinho ou assim, resfriado.
Após uma noite -
naquela que as luzes esfriavam o coração -
Tinha a obrigação
de dar descargas,
Retornar ao rio o que lhe é de direito.
Retornar ao rio o que lhe é de direito.
Os que não
viviam tempo suficiente para serem batizados,
Recebiam seu
devido tratamento:
um enterro subaquático entre dejetos,
estáticos.
Há uma noite em
particular
Na qual as luzes
não desenharam ilusões nas paredes.
Devia ser uma
artimanha do frio incutido nos cobertores.
Nessa noite, ele
vestiu seu traje mais denso,
cercou-se em armaduras, protegido.
Então decidiu vencer a/à força (d)o rio.
cercou-se em armaduras, protegido.
Então decidiu vencer a/à força (d)o rio.
J
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nes
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nes
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