Ela esvaziou o estojo
- O que diz bastante sobre ela, não é todo mundo na faculdade que tem um estojo.
e colocou as 4 canetas vermelhas na mesa.
- Obviamente não utilizaria essa cor à toa, tem sempre uma metonímia, uma metáfora...
- Mas, se quisesse ser óbvio linkaria tudo aos lábios...
Vermelhas como seus olhos.
- Agora, resta ao leitor definir as razões.
As quatro foram testadas, uma a uma, todas vazias.
- Não vou tenta associar a nenhum aspecto da vida dela, pode deixar.
Perguntaram a ela:
"Are you ok?"
She didn't listen.
- Aí é interessante, porque o narrador mudou de língua.
- E o escritor tem um histórico em associar idiomas a sentimentos.
No cantinho mais fundo do estojo, havia um lápis creon.
- Tem uma brincadeira... Talvez daquele tipo de "o autor quis dizer" com a escolha de vocábulos nessa sentença.
- Sentença é uma palavra tão forte, né?
Ela o realocou no bolso de seu vestido.
- Aqui, se tivéssemos uma descrição mais completa dessa "mulher/garota/senhora" saberíamos que ela detesta usar vestidos (por conta de suas pernas finas e tortas). Que se sente sempre assolada ao se sentar. E que tenta puxar o vestido com força([s] vetoriais > meridionais), através dos punhos fechados que socam os bolsos.
- Porém, a descrição é falha e neutra. Vocês nunca saberão nada disso sobre ela.
Fechou. Antes de a professora dar a aula por terminada.
- Fechou o que? Essa acepção é feita com o intuito de mostrar como ela AMA a matéria que está tendo. A matéria era literatura.
- Isso foi irônico? Tem importância que matéria ela está tendo?
Catou as canetas usadas, alinhadas, desgastadas.
- Bem comum esse recurso, talvez empobreça o texto.
Atirou todas 3 na lixeira,
Parou na última.
- Há uma alternação de sentido em como ela maneja as canetas: "todas", "última", "uma a uma".
Imitando uma pirata, saqueadora, caolha.
- Já que estamos na bosta mesmo, não custa muito...
Olhou o tubinho e constatou:
- Vazio, manchado, talvez haja um restinho que nunca mais vai sair.
Jones
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